O termo dinâmica é provindo do grego dynamike, significa forte. Em física, a dinâmica é um ramo da mecânica que estuda o movimento de um corpo e as causas desse movimento.
Em experiências diárias podemos observar o movimento de um corpo a partir da interação deste com um (ou mais) corpo(s). Como por exemplo, quando um jogador de tênis dá uma raquetada numa bola, a raquete interage com ela e modifica o seu movimento. Quando soltamos algum objeto a uma certa altura do solo e ele cai, é resultado da interação da terra com este objeto. Esta interação é convenientemente descrita por um conceito chamado força.
Os Princípios de dinâmica foram formulados por Galileu e Newton, porém foi Newton que os enunciou da forma que conhecemos hoje.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Din%C3%A2mica, acesso em 28/06/2011.
Hoje em dia, muitos guitarristas com pouco tempo de estudo conseguem tocar muito rapidamente. Uau, isso é bom. Com certeza tocar rápido é legal, "cool". As pessoas vão em um show de rock e se entusiasmam ao ver um guitarrista tocando solos rápidos. Mas às vezes vejo alguns guitarristas que tocam rápido demais e sem graça demais.
Percebo que talvez pelo pouco tempo de estudo esses guitarristas sejam como pedras preciosas em seu estado bruto. Diamantes não deixam de ser preciosos por ainda não estarem lapidados, porém, ao passarem pelo processo de lapidação tornam se verdadeiros objetos de desejo e as pessoas já conseguem imaginá-los como ficariam em uma jóia. Esse é o verdadeiro valor que essa pedra bruta tem: o que pode após lapidado despertar na mente das pessoas.
Se falássemos da técnica de violão, com certeza pensaríamos em técnicas de mão esquerda e direita. Na guitarra elétrica também temos que pensar nestas técnicas, pois tudo isto contribui para um som bonito. No entanto, ainda temos que levar em consideração os esquemas elétricos de captação e os efeitos que são usados no som. Isso porque a guitarra amplificada apresenta uma maior variedades de timbres disponíveis que um violão acústico.
Entre as técnicas de mão esquerda e mão direita temos algumas que são mais importantes para uma boa dinâmica ao tocar guitarra.
Na mão esquerda as principais articulações são as ligaduras e os vibratos. Ligaduras mal feitas criam um som fraco, vazio e que não flui. Um bom som de ligado se assemelha a um rio totalmente navegável, sem pedras formando correntezas, um fluxo contínuo. É interessante que as notas mantenham uma intensidade constante, independente de ser a primeira nota (a que é palhetada) ou as demais. Vibratos parecem muito simples de se executar, mas requerem prática e paciência. Eles devem manter uma constância e adequar-se ao andamento da música, bem como considerar a duração da nota. Algumas vezes o vibrato deve ser feito sutíl e lentamente; em outras, deve ser feito enérgica e rapidamente. Além do que devem servir para adornar as frases e não para torná-las monótonas. Outras técnicas como bends e slides também são muito importantes, mas não constituem os pontos mais problemáticos para a maioria dos guitarristas.
Talvez a mão direita seja o ponto mais crucial para a dinâmica. Na técnica de mão direita, merece destaque o sweep-picking e o hybrid-picking. Apesar da palhetada alternada também influenciar na dinâmica, e muito, normalmente não é o maior problema dos guitarristas, pelo menos no começo.
Uma das maiores dificuldades do sweep é que a palheta deve tocar numa mesma direção deslizando pelas cordas. Sweep significa varrer. Isso diminui o atrito nas mudanças de cordas e faz com que o ataque ( intensidade da palhetada) seja moderado e constante, assim todas as notas passam a ter uma mesma relevância. Já o hybrid-pickin' (ou chicken pickin'), que é a técnica de tocar usando a palheta em uma corda e o dedo médio na corda inferior, deve ser feito de modo a evitar que o dedo médio toque as duas cordas e não atrapalhe na clareza das notas. Essa técnica também requer que os ligados sejam muito claros para funcionar bem. Já a palhetada alternada (alternate pickin') requer que o executante empunhe a palheta de modo a diminuir o atrito entre a ponta da palheta e as cordas e tenha uma boa sincronia. Já na técnica do tapping, que é outra técnica de mão direita, o guitarrista precisa realizar uma pequena ligadura com o dedo que toca o tapping e estar em perfeita sincronia com a mão esquerda. Aliás todas essas técnicas de mão direita tem em comum a necessidade de estarem em perfeita sincronia com a digitação de mão esquerda. Enfim, são técnicas cruciais para se conseguir diferentes dinâmicas.
No que diz respeito a técnicas é isto. O importante é ter em mente que cada uma das técnicas apresentadas possibilita ao instrumentista extrair de sua guitarra um som que pode ser tão sutíl e suave como um suspiro ou tão agressivo quanto uma furadeira. Técnicas como tapping, sweep, ligados e slides tornam possíveis sonoridades mais suaves e fluídicas. Técnicas como palhetada alternada, tremolo e Palm mute, por exemplo são usadas para obter sons mais pesados e agressivos. Acho que de todas as técnicas mencionadas, o vibrato deve ser a que mais contribui para a dinâmica, pois apesar de ser uma técnica que não exige muita desenvoltura técnica e coordenação motora, exige muito bom senso na hora de sua aplicação e é o melhor adorno para os finais e frases e notas longas.
Os equipamentos e regulagens elétricas servem como aliados da técnicas na questão da dinâmica. Algumas técnicas podem obter melhores resultados dependendo dos recursos tecnológicos utilizados. Por exemplo, para tapping, um pedal compressor ajudará a manter um mesmo volume de todas as notas (que fique claro que o guitarrista também deve tentar ao máximo manter a intensidade das notas). Além disso, a posição dos captadores escolhidos pode ser de fundamental importância já que normalmente as técnicas mais fluídicas precisam de mais ganho para se destacar.
Enfim, a dinâmica musical é muitas vezes ignorada pelos guitarristas, mas é tão fundamental quanto uma técnica muito apurada ou quanto uma aparelhagem muito boa. O guitarrista que se preocupa com a dinâmica na sua interpretação consegue obter de seu instrumento uma maior variedade de nuances em momentos distintos de uma música. Assim como não faz sentido se preocupar apenas com quantas notas tocar em cada pulsação, pois as pausas também enriquecem uma música e fazem parte das frases musicais, não se preocupar com a dinâmica denota uma falta de preocupação em transmitir sentimentos com o que se está tocando.
Antes de tudo, cabe o bom senso. Saber empregar as técnicas que forem mais adequadas para o momento. Empregar intensidades diferentes de palhetada nos momentos oportunos. Executar vibratos para preencher as notas longas ou para embelezar as notas finais das frases. Utilizar as posições corretas de captação para favorecer a técnica. Tudo isto contribui para uma boa dinâmica e para uma boa interpretação da música. É como o Yin Yang, símbolo da filosofia chinesa que representa as dualidades e o equilíbrio dos opostos: cada coisa em suas devidas proporções.
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